CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL
Um dos diamantes em bruto do ciclismo português, Tiago Machado, está pronto para explodir, na esteira de carreiras como as de José Azevedo ou Cândido Barbosa. Em Paredes, nos seus primeiros Campeonatos Nacionais de Elite, o jovem líder da Madeinox-Boavista foi... duplamente vice-campeão.

Nos primeiros Nacionais entre a Elite, foi segundo no fundo e no contra-relógio. O que o impediu de ser duplo campeão?
Vários factores. No contra-relógio, podia ter rendido mais. O Sérgio [Paulinho] provou, na estrada, que foi o melhor, mas o percurso, do meu ponto de vista, não privilegiava os especialistas. Não havia uma única recta prolongada para desenvolver a "máquina", e isso diz tudo. As curvas não eram perigosas, mas perturbavam os mais receosos. E foi assim... Por um segundo se ganha, por um segundo se perde. Na prova de fundo, fomos a equipa que mais trabalhou na corrida. Procurei novamente a camisola [de campeão], mas desta vez acusei o esforço do dia anterior. O contra-relógio é a mais dura prova do ciclismo, corre-se no limite, e isso paga-se depois. Terminei satisfeito.

O resultado no contra-relógio era esperado, tendo em conta a sua regularidade esta época. Considera-se o melhor especialista português da actualidade no nosso pelotão?
... só me faltou provar isso no Nacional [risos]. A médio prazo, conto evoluir para me tornar um verdadeiro especialista. Dou-me bem na montanha, mas toda a gente sabe que as grandes corridas se ganham no contra-relógio.

Qual os seus objectivos na Volta a Portugal, na qual foi o melhor jovem em 2007?
As expectativas são criadas também pelo impacto que tem a corrida. A Volta a Portugal é a corrida de que todos falam. O meu objectivo é um lugar entre os dez primeiros, e julgo que estará ao meu alcance. Quero afirmar-me definitivamente na Volta a Portugal.

Diz-se que é indisciplinado em corrida, atacando por... atacar. É uma crítica justa?
Sou obrigado a concordar. Custou-me cair na realidade, mas reconheço que tenho que evoluir nesse aspecto. Sinto que estou melhor, estou a ficar mais moderado e já corri com frieza nestes Nacionais. Antigamente, teria arrancado no quilómetro zero... É uma questão de temperamento. Fervo em pouca água.

Esse temperamento não lhe foi prejudicial na gestão do caso da Volta a França do Futuro, quando foi suspenso e não participou nos Mundiais?
O ano passado, não tive lugar na Selecção e devia ser dos melhores Sub-23. Foi por burocracias que não participei no Mundial, prova onde iria com o objectivo de subir ao pódio. Tenho qualidades e não merecia ficar de fora. Sempre afirmei que gosto de representar o meu País.

Fonte: O Jogo 03/07/2008

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