CONFEDERAÇÃO DO DESPORTO DE PORTUGAL

Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), esteve à conversa com a Confederação do Desporto, apresentando as iniciativas que estão a ser desenvolvidas no âmbito do apoio da pandemia do COVID-19.

CDP - No âmbito da pandemia COVID-19, que iniciativas de apoio foram realizadas pela Federação Portuguesa de Ciclismo e o que se destaca?
Delmino Pereira - A Federação Portuguesa de Ciclismo colocou os seus departamentos clínico e técnico ao serviço da comunidade, publicando documentos de apoio, visando dotar todos os praticantes de informação necessária para treinar em tempo de confinamento, para ultrapassar as dificuldades de nutrição e de manutenção de peso num período alargado sem competição e para enfrentar os constrangimentos psicológico potenciados pelo isolamento social e pela incerteza quanto ao prazo de regresso à atividade. No âmbito do ciclismo profissional, criou-se uma linha de apoio, ao serviço de equipas e de corredores, dando todas as informações sobre os direitos e obrigações de ambas as partes, perante as regras ditadas pelo estado de emergência.

CDP - A Federação Portuguesa de Ciclismo apela à sua comunidade de praticantes e de adeptos para se unirem às causas sociais. Qual tem sido o feedback?
DP - As reações têm sido positivas. Toda a comunidade está comprometida com a luta contra a pandemia e com o cumprimento das normas sanitárias e de segurança. Além disso, chegam-nos vários exemplos de clubes que, dentro das possibilidades de que dispõem, têm conseguido realizar iniciativas solidárias, de distribuição de alimentos e de materiais de segurança para os trabalhadores da área da saúde. A própria Federação tem tentado dar o exemplo. O electrocardiógrafo da Federação foi emprestado ao Hospital de Campanha do Porto, onde irá trabalhar, em regime de voluntariado, o diretor clínico da Federação, Filipe Lima Quintas. A Federação doou 400 máscaras FFP2 ao Centro Hospitalar do Baixo Vouga, unidade de referência da área do Centro de Alto Rendimento de Anadia. Neste concelho, foi colocada ao serviço do INEM a Academia Nacional de Ciclismo, equipamento cedido pela edilidade local à Federação Portuguesa de Ciclismo.

CDP - A pandemia COVID-19 obrigou ao cancelamento/adiamento de várias competições e eventos. Nesse sentido, que medidas estão a ser implementadas pela Federação Portuguesa de Ciclismo para ultrapassar a situação?
DP - A Federação Portuguesa de Ciclismo acompanha em permanência a evolução da situação pandémica em Portugal e no Mundo, em diálogo permanente com as associações regionais de ciclismo, com os clubes, com os ciclistas e com os organizadores de eventos. O objetivo é garantir a recalendarização do maior número possível de provas ainda em 2020, trabalhando-se em diferentes cenários – dependentes da data em que será possível retomar a atividade -, tendo sempre presente a necessidade de salvaguardar a realização dos eventos-âncora das várias vertentes e disciplinas da modalidade.

CDP - De que forma têm trabalhado com os associados e atletas?
DP - Nas respostas anteriores, já respondemos parcialmente a esta questão, uma vez que toda a atividade que tem sido realizada tem sempre a comunidade velocipédica como grande beneficiária. Pretende-se uma ligação próxima com toda a comunidade. Além das diligências atrás descritas, o período de paragem está a ser aproveitado para a realização de um ciclo formação online para treinadores e de um concurso de vídeo, que pretende envolver todos os clubes.

CDP - Que mensagem gostaria de deixar neste contexto de isolamento social?
DP - A mensagem que deixamos não se distingue da que tem sido passada pelos órgãos de soberania nacionais: é preciso continuarmos com o sacrifício da atividade normal, sempre com espírito solidário, mas sem perder de vista o objetivo de regressar, tão rapidamente quanto possível, à atividade. Temos noção de que o ciclismo, pelas suas caraterísticas, é uma atividade que será preponderante na retoma de que o país irá necessitar: somos uma modalidade que contribui para coesão territorial, levando o espectáculo desportivo a todo o território, sem distinções entre litoral e interior. Quando a rua puder ser devolvida aos cidadãos, saberemos honrar essa responsabilidade e tentaremos ser um símbolo do ciclo de esperança que, então, se iniciará. Temos trabalhado no estudo dos regulamentos e das normas sanitárias inerentes às competições, admitindo a possibilidade de fazer algumas adaptações para cumprir as exigências que venham a ser estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde.

Federação Portuguesa de Ciclismo:
- Fundada em 1899, sendo a mais antiga federação desportiva portuguesa em atividade,
- Estatuto de Utilidade Pública desde 23/12/1927;
- Tem um total de 18207 filiados, dos quais 16.448 são ciclistas e 1759 outros agentes da modalidade;
- Delmino Pereira é o atual presidente da direção.











Fonte: CDP, 20/04/2020